Novas pesquisas reforçam os benefícios do exercício físico para pacientes com artrite reumatoide e dão aos médicos uma nova ferramenta potencial para encorajar os pacientes a se exercitarem com mais frequência. A artrite reumatoide é uma doença autoimune, sendo mais comum em mulheres com idade entre 30 e 50 anos, caracterizada pelo ataque do próprio corpo às articulações, o que provoca edema, rigidez, dores nas articulações e fadiga que pode ser intensa. Costuma acometer os dedos, os joelhos e os tornozelos sendo uma doença capaz inclusive de limitar a movimentação do indivíduo.

A AR causa uma inflamação crônica que se não for contida, leva a deformações e chega a acometer inclusive os ossos. O comprometimento na qualidade de vida é progressivo e pode causar dificuldade até para realizar tarefas tão simples como escovar os dentes. Além das articulações, a AR eleva o risco de doença cardiovasculares como infarto e acidente vascular cerebral e pode acometer os pulmões.

Uma meta-análise publicada em abril de 2018 na revista Arthritis Care and Research analisou cinco estudos randomizados, com até 298 participantes por estudo. Os pesquisadores descobriram que o exercício aeróbico resultou em reduções estatisticamente significativas na fadiga autorreferida dos pacientes com AR. “Exercícios aeróbicos estão associados a reduções estatisticamente significativas na fadiga”, escreveu o co-autor do estudo George Kelley da West Virginia University.

Uma grande discussão é se o próprio exercício não poderia piorar a fadiga. De fato, a fadiga por causa do exercício muito intenso é obviamente inevitável, independentemente do estado de saúde de uma pessoa. No entanto, se realizado na intensidade correta a fadiga relacionada especificamente à artrite reumatoide não parece ser exacerbada pelo exercício.

Esses novos dados podem ser uma ferramenta valiosa para os médicos e sua comunicação com pacientes com artrite reumatoide. Embora a artrite reumatoide possa limitar a atividade física por várias razões além da fadiga, incluindo dor e rigidez, pacientes preocupados especificamente com fadiga desnecessária podem ficar tranquilos ao saber que exercícios como caminhar, correr e andar de bicicleta não parecem aumentar a fadiga e poderiam em alguns casos até melhorá-la.

A fadiga, além da dor, é uma queixa frequente em pacientes com artrite reumatoide. Nesta análise de estudos randomizados os exercícios aeróbicos levaram a reduções na fadiga autorreferida entre os pacientes. Embora o grau de redução tenha sido pequeno, o principal dado foi que o exercício não exacerbou a fadiga relacionada especificamente à AR, e isso é importante porque os pacientes podem temer o contrário.

No entanto, a recomendação de 150 minutos de intensidade moderada ou 75 minutos de atividade aeróbica de intensidade vigorosa por semana pode não se aplicar aos pacientes com AR. Infelizmente o baixo desempenho muscular e até a atrofia são características comuns em pacientes com artrite reumatoide crônica e podem limitar o indivíduo. Entretanto, além de melhorar a fadiga, o exercício tem o potencial de quebrar o ciclo vicioso de descondicionamento muscular, estilos de vida sedentários e deterioração adicional do desempenho muscular.

Além disso, importante ressaltar que o músculo é um orgão endócrino, ou seja, durante o exercício o músculo esquelético produz hormônios (miocinas) que mediam uma resposta anti-inflamatória direta a cada exercício. Isso pode se traduzir em redução da atividade clínica da doença. Portanto, realmente parece haver um benefício para esses pacientes com AR da prática do exercício físico trazendo recompensas significativas a nível metabólico e na melhora da fadiga.

Fonte: Eu Atleta – Globo Esporte
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