5 sinais de que a condromalácia patelar não está evoluindo bem

A condromalácia patelar é considerada um dos maiores desafios entre médicos ortopedistas, fisioterapeutas e educadores físicos, principalmente aqueles que lidam com atletas e esportistas. Sua gênese tem sido alvo de estudos nos últimos 20 anos e a melhor compreensão de que está ligada a distúrbios biomecânicos tem ajudado muito na sua prevenção, tratamento e retorno ao esporte. A palavra provém da aglutinação dos radicais chondros, cartilagem e malácea, amolecimento, traduzindo portanto um “amolecimento da cartilagem” da patela. A lesão é portanto um amolecimento desta cartilagem, que pode evoluir para sua total destruição.

Sabe-se, desde a época de Hipócrates que a cartilagem articular lesada de potencial de cicatrização muito limitado. Isso se deve às propriedades histológicas do tecido cartilaginoso que, ao contrário da maioria dos tecidos do corpo, possui pouquíssimas células (hipocelularidade), não possui vasos sanguíneos (avascularidade), é aneural, ou seja, não possui terminações nervosas e é riquíssimo em água. Consequentemente, uma vez lesada, a reação inflamatória é muito pequena e a possibilidade de reparo, quase nula.

Hiperfrouxidão ligamentar, pisada muito pronada ou supinada, joelhos em “x” ou arqueados, angulação e rotação anormais entre os ossos do quadril, diferença de comprimento dos membros e, principalmente enfraquecimento e encurtamento de grupos musculares são exemplos de características individuais ligados à gênese da doença.

Felizmente, a grande maioria das pessoas com o diagnóstico definido melhoram após uma boa reabilitação, envolvendo fortalecimento e reequilíbrio muscular do joelho e quadril. Uma pequena parcela, no entanto não tem evolução favorável e desenvolvem os cinco sinais de que uma lesão cartilaginosa não vai bem.

1. Aumento da dor durante o treino

Aquela dorzinha, que te incomodava levemente, está se tornando mais frequente, surge cada vez mais precoce e está limitando seu treino.

2. Persistência da dor em atividades da vida diária

A dor agora te acompanha no dia a dia e fica cada vez mais forte ao ficar muito tempo sentado (a) com o joelho flexionado, ou ao dirigir por muito tempo. Nas mulheres, o uso de salto alto vai se tornando impossível e as escadas são uma tortura diária.

3. Inchaço no joelho

O acúmulo de líquido dentro do joelho é chamado no meio médico como “derrame articular” e é um sinal de que a reação inflamatória da doença articular piorou, irritando a membrana sinovial que envolve o joelho, tornando-se uma sinovite artrítica.

4. Atrofia do músculo anterior da coxa (quadríceps)

Tanto a dor, quanto o inchaço causam inibição deste grupo muscular, gerando a atrofia, muitas vezes evidente e dor muscular por fadiga e mau funcionamento muscular.

5. Sensação de travamento e bloqueio articular

A mesma inibição também vai causando incoordenação motora, atraso da ativação muscular, com estalidos e travamentos, principalmente ao descer escadas e ladeiras.

A má evolução da condromalácia exige avaliação médica acurada e, se necessária, a intervenção cirúrgica deve ser logo instituída, pois a perda de função do joelho, dependendo da idade, sexo e outras lesões associadas, pode ser irreversível e o retorno ao esporte, impossível.

Previna-se!

O exame do aparelho locomotor envolve a avaliação dinâmica da pisada, também conhecida como baropodometria com a prescrição de palmilha se necessário, alinhamento dos membros e desvios posturais, discrepância do tamanho dos membros, conhecida no meio médico como dismetria. Saiba sobre seu equilíbrio muscular dos grupos musculares que executam o movimento (agonistas) e os que resistem (antagonistas). Para isso, utilizamos da chamada avaliação isocinética.

O condicionamento físico para determinado esporte, realizado por um preparador físico experiente e, se possível, observado por um fisioterapeuta é também essencial. Para esportes de envolvem desaceleração repetitiva dos membros inferiores como a corrida de rua, o treinador focará no fortalecimento excêntrico do quadríceps, ou seja na capacidade do musculo anterior da coxa contrair contra a resistência a fim de se absorver energia cinética, poupando as articulações joelho.

Fonte: Eu Atleta – Saúde

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