O que é bursite trocantérica: causas, sintomas e tratamento
Homens também podem sofrer com o problema, mas ele atinge principalmente mulheres atletas.
O chamado grande trocânter é o pedaço de osso proeminente situado no aspecto externo superior do fêmur, como é palpável na maioria das pessoas apenas no lado externo de onde começa o bolso da calça. É a área do osso onde uma grande massa de músculos (os abdutores do quadril) se liga ao fêmur. A bolsa trocantérica encontra-se lateralmente (fora) da articulação do quadril, abaixo da pele, da gordura e da fáscia lata, apenas superficial às camadas musculares do glúteo médio e do vasto lateral, onde se ligam ao osso. Quando uma bursa fica inflamada, a área fica sensível e dolorosa. A região pode ficar quente, vermelha e inchada. No entanto, com certas bursas profundas (como a bursa trocantérica), esses sinais podem não ser aparentes. Quando uma bursa fica inflamada, a condição é chamada de ‘bursite’.
A pesar da lesão ser tradicionalmente chamada bursite trocantérica, recentemente descobriu-se que se trata da inflamação dos tendões que se inserem no grande trocânter. A inflamação da bursa subjacente faria parte do quadro.
Por que ocorre mais nas mulheres?
Acredita-se que afete aproximadamente 15% das mulheres e 8% dos homens, sendo as de meia idade mais comumente afetadas. O formato ginecóide mais aberto da bacia das mulheres levaria a uma inserção muscular mais “apertada”dos músculos no grande trocânter, com maior tensão sobre a bursa quando expostas a movimentos repetitivos, incluindo corrida e salto.
Causas
A principal teoria é que a bursite trocantérica apareça após trauma, microtrauma repetitivo (uso excessivo), na presença de osteoartrite ou mesmo após uma cirurgia de prótese de quadril.
Sintomas
A bursite trocantérica normalmente causa uma dor aguda ou ardente no lado lateral (externo) do quadril. A dor pode irradiar na lateral da coxa em direção ao joelho. A dor geralmente é agravada ao caminhar ou tentar correr. Essa dor frequentemente interfere no sono dos pacientes.
Diagnóstico: como é investigada?
O diagnóstico é geralmente claro a partir de uma simples história, além de um exame clínico. Em geral, são pessoas que ingressaram no esporte sem uma preparação prévia, sem treinador; ou atletas que fizeram aumento súbito de volume de treino.
No entanto, nos casos em que o diagnóstico pode não ser totalmente claro ou onde se deseja uma confirmação mais definida, a investigação de escolha é uma ultrassonografia ou ressonância magnética de alta resolução do quadril. Uma ressonância magnética também será capaz de verificar outras patologias do quadril, como uma ruptura labral ou artrite precoce do quadril. Radiografias também devem ser realizadas para excluir a presença potencial de osteoartrite do quadril.
Tratamento
O primeiro passo no tratamento da bursite trocantérica é o encaminhamento para a fisioterapia. Uma boa reabilitação é sempre focada no fortalecimento e melhoria de função do músculo glúteo médio do quadril e na correção de eventuais distúrbios biomecânicos.
Nos casos em que os sintomas são graves o suficiente para justificar uma intervenção, a primeira linha de tratamento atual é uma infiltração guiada por ultrassom denominada “drilling”, na qual o tendão e a bursa degenerados são perfurados. Isso gera um processo inflamatório que auxilia na cicatrização da lesão.
O uso do ultrassom no consultório auxilia de maneira assertiva o acesso à lesão.
Para uma proporção muito pequena de pacientes em que todas as outras opções de tratamento falham e onde os sintomas permanecem graves, a excisão cirúrgica da bolsa é muito ocasionalmente necessária. Esta é uma operação aberta, realizada normalmente sob anestesia geral. A operação dura apenas 20 ou 30 minutos. O retorno ao esporte é esperado de seis a oito semanas pós-operatórias.
Fonte: Eu Atleta – Globo.com
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